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Fluirmente Cast
O podcast Fluirmente é um espaço dedicado à Terapias Holísticas para Autocura e Bem-Estar. Mergulhamos em temas como Autoconhecimento e Autorresponsabilização, buscando inspirar você a conectar-se com sua essência e encontrar o seu equilíbrio. Com entrevistas, meditações guiadas e dicas práticas, o Fluirmente é seu guia para uma jornada de transformação interior.
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Ep.15: O Desconforto como Portal para a Liberdade
Você já se perguntou por que tantos caminhos espirituais parecem abraçar o sofrimento? 🌪️ A imagem de santos em posições de dor e a ideia de que a privação é necessária para a iluminação estão profundamente enraizadas em nosso inconsciente coletivo. Mas e se essa busca pelo desconforto não for sobre punição, mas sim sobre uma profunda libertação?
Neste episódio, mergulhamos em uma reflexão corajosa sobre a dor e o sofrimento. Desafiamos a ideia de que precisamos nos punir para encontrar a paz e exploramos como a austeridade e o sacrifício, vistos em várias tradições, podem ser, na verdade, ferramentas poderosas para nos soltar das amarras do ego. Vamos entender como o desconforto intencional pode ser uma estratégia radical para forçar a consciência a se desidentificar das formas passageiras e encontrar a verdadeira serenidade.
Revisitando o conceito do "corpo de dor", que já abordamos em outros episódios, descobrimos que a cura não está em evitar o sofrimento, mas em atravessá-lo com presença. Este é um convite para morrer para o falso eu e renascer para a nossa verdadeira essência, transformando cada obstáculo em um degrau para a liberdade.
Ao final, preparamos uma pequena prática guiada para você experimentar o princípio da não-resistência em primeira mão. ✨ É uma semente de liberdade que você poderá carregar consigo. Pronto para transformar sua relação com o desconforto? Dê o play e venha com a gente! 🧘♂️
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Olá, meus queridos e minhas queridas, mais uma vez, sejam todos muito bem-vindos a mais um episódio do Fluir Mente Cast. Eu quero começar esse nosso episódio de hoje fazendo uma pergunta para todos vocês, que é a seguinte, por que algumas tradições espirituais parecem ser tão difíceis? tão cheias de sacrifícios, de negação, de austeridade. Eu tenho uma lembrança da minha infância, que se reflete até hoje na minha vida adulta, de ver imagens de santos e figuras espirituais em posições de sofrimento extremo. E hoje eu me pergunto, será que o caminho para essa paz que a gente tanto almeja, que a gente tanto busca, precisa ser pavimentado? com essa dor, e de alguma forma a gente precisa entender que essa imagem de que para que nós possamos nos encontrar, nós precisamos primeiro nos punir, nos privar, ela está gravada de alguma forma em nosso inconsciente coletivo. Mas e se essa busca pelo desconforto não fosse sobre punição, mas sobre libertação na verdade? E é exatamente com essa pergunta que eu quero fazer um convite a todos vocês. E se a gente pudesse olhar para essa busca pelo desconforto, que é um tema tão recorrente em diversas tradições espirituais, não como uma forma de autopunição, mas como uma estratégia consciente de libertação do ego? Essa é a ideia central que a gente vai explorar nesse nosso encontro de hoje. Nós não estamos falando de um sofrimento aleatório ou sem sentido. Nós estamos falando de um desconforto escolhido, de um desconforto abraçado com um propósito muito maior por trás dele. Então, a gente pode pensar, por exemplo, em monges que meditam por horas em posições desconfortáveis, em iogues que praticam posturas físicas extremas. O que eles estão realmente buscando? Será que é a dor pela dor? Ou será que eles estão usando o corpo como uma ferramenta para transcender a mente? E é exatamente aí que está o ponto. Quando a gente se coloca voluntariamente numa situação de desconforto, nós estamos na verdade forçando a nossa consciência a se desidentificar da forma. Porque a dor, ela é uma forma, o desconforto é uma forma. E a nossa tendência natural é sempre fugir da dor, é sempre resistir ao desconforto. E quando a gente para de fugir, a gente cria um espaço. Um espaço para observar. É como um atleta que treina até o limite da exaustão. Ele não está se punindo. Ele está expandindo a sua capacidade, a sua resiliência. E o monge, no seu desconforto, ele está fazendo a mesma coisa. Ele está expandindo a sua capacidade de estar presente, de não se identificar com a dor. Ele está aprendendo a encontrar a paz, não na ausência de dor, mas na presença em meio à dor. Essa ideia, ela pode parecer radical, principalmente na nossa cultura, que está o tempo todo buscando o prazer, o conforto imediato. Mas ela é a chave para uma liberdade muito mais profunda. E quando a gente começa a entender que o sofrimento, ele não é um inimigo a ser evitado a todo custo, mas um mestre, um mestre disfarçado. E cada momento de desconforto é uma oportunidade de a gente se libertar da tirania do nosso próprio ego. Porque o ego, ele se alimenta de identificação, de apego. Ele se apega ao prazer, ele se apega ao conforto, ele se apega às ideias. E quando a gente se coloca numa situação em que essas coisas são retiradas de nós, o ego, ele entra em crise. E é nessa crise que a gente tem a chance de ver além dele, de perceber que nós não somos o nosso corpo, nós não somos a nossa dor, nós não somos os nossos pensamentos. Nós somos a consciência que observa tudo isso. É um caminho de esvaziamento, de autoaniquilação do falso eu. E é um caminho que exige coragem, exige disposição. Disposição para olhar para as nossas sombras, para as nossas dores mais profundas. Mas é o único caminho para a verdadeira paz, para a verdadeira liberdade. E essa busca pelo desconforto, que no início parecia ser uma forma de punição, de sacrifício, na verdade ela se revela como um ato de amor, um ato de amor profundo por nós mesmos. Porque ao nos libertarmos do ego, nós nos abrimos para a nossa verdadeira natureza, que é paz, que é alegria, que é amor incondicional. E aqui eu quero trazer um conceito que a gente já abordou em outros episódios, que é o conceito do corpo de dor. O corpo de dor, que é aquele campo de energia de emoções negativas acumuladas, que vive dentro de nós. E ele se alimenta de mais sofrimento. E quando a gente resiste à dor, a gente está alimentando o corpo de dor. A gente está dando a ele mais energia. Mas quando a gente se volta para a dor com presença, com aceitação, a gente para de alimentá-lo. E a gente começa a dissolvê-lo. Então, essa prática de abraçar o desconforto, ela é uma forma muito poderosa de a gente lidar com o nosso próprio corpo de dor. E em vez de sermos controlados por ele, nós começamos a nos libertar dele. E é um processo gradual, é um processo que exige paciência, que exige autocompaixão. Não é sobre se forçar a situações de sofrimento extremo, mas sobre começar a mudar a nossa atitude em relação aos pequenos desconfortos do dia a dia. Em vez de reclamar do frio, por exemplo, a gente pode simplesmente sentir o frio. Em vez de a gente lutar contra a tristeza, a gente pode permitir que ela esteja ali. A gente pode simplesmente observá-la sem se identificar com ela. E cada vez que a gente faz isso, a gente está enfraquecendo o poder do ego, o poder do corpo de dor sobre nós. E a gente está fortalecendo a nossa presença. E a gente está se aproximando da nossa verdadeira natureza. Então, o convite que eu deixo para todos nós, para todos vocês hoje, é que a gente possa começar a olhar para o desconforto de uma forma diferente. Não como um inimigo, mas como um aliado na nossa jornada de autoconhecimento e libertação. E que a gente possa ter a coragem de abraçar o desconforto com a consciência de que ele é um portal para uma paz muito mais profunda. E para encerrar esse nosso bate-papo de hoje... Eu queria que você, que está aí do outro lado, pudesse fazer um exercício agora, um pequeno exercício. Eu queria que você pudesse, por um instante, fechar os seus olhos e trazer à sua consciência algum desconforto que você esteja sentindo agora em seu corpo. Pode ser uma tensão nos ombros, uma dor nas costas, um incômodo qualquer. Se não houver nenhum desconforto físico, traga à mente um desconforto emocional. Uma preocupação, uma tristeza, uma ansiedade. Apenas escolha um. E agora, em vez de você tentar se livrar desse desconforto, em vez de você resistir a ele, eu quero que você faça o oposto. Eu quero que você se volte para ele. Leve toda a sua atenção para a área do seu corpo onde você sente o desconforto físico. Ou para o sentimento de desconforto emocional em seu campo interior. Apenas observe. Sinta a energia dele. Não julgue, não analise, não tente mudar nada. Apenas esteja presente com o que é. Respire fundo e a cada expiração, relaxe um pouco mais na sensação, entregue-se a ela. Permita que ela seja exatamente como ela é. Se a sua mente começar a criar histórias sobre o desconforto, a dizer que ele é ruim, que ele não deveria estar ali, apenas observe esses pensamentos e volte a sua atenção para a sensação pura, para a energia do desconforto. Fique aí por mais alguns instantes. Em total aceitação, em total presença. Você pode notar que ao parar de resistir, algo muda. A intensidade do desconforto pode diminuir, ou talvez não. Mas a sua relação com ele certamente muda. Você não é mais a vítima do desconforto. Você é a consciência que o observa. E nesse espaço de observação, há paz. Há liberdade. Continue respirando. Agora, bem devagar, comece a trazer a sua consciência de volta para o ambiente ao seu redor. Mova suavemente os seus dedos das mãos, dos pés e quando quiser, abra os seus olhos. Bem devagar, tranquilamente. Você acabou de praticar o princípio da não resistência. Você olhou para o desconforto e não fugiu. Essa é uma semente da verdadeira liberdade. Guarde isso com você. E assim nós vamos chegando ao fim desse episódio aqui do Fluir Mente Cash. E hoje nós viajamos por um caminho antigo e ao mesmo tempo exigente. O caminho que usa o sofrimento como um cinzel para esculpir a liberdade do ego. Nós vimos que a busca pelo desconforto não era uma punição por si mesma, mas uma estratégia radical para forçar a consciência a se soltar das formas e encontrar a paz interior que a gente tanto almeja. Essa exploração que fizemos hoje, ela nos ajuda a entender a dinâmica do nosso próprio corpo de dor, que já trouxemos em conversas anteriores aqui e em outros episódios. O princípio é sempre o mesmo. A cura não está em evitar a dor, em fugir dela, mas em atravessá-la com a presença, desidentificando-se desta dor. Este é o caminho da autoaniquilação. É, em sua essência, um convite para morrer para o falso eu e renascer para a nossa verdadeira natureza. E para encerrarmos, eu queria deixar uma pergunta, uma semente para esta semana. para todos vocês. O que acontece se você tratar cada desconforto não mais como um problema, mas como um convite, como um portal. Até a semana que vem. Muita luz, muita paz para todos nós. Paz e bem.